Blogroll

Cientistas descrevem ânus de dinossauro em detalhes pela 1º vez


Cloaca de um dinossauro do tamanho de cachorro estava perfeitamente preservada
Cloaca de um dinossauro do tamanho de cachorro estava perfeitamente preservada Reprodução/Bob Nichols/Paleocreations.com

Terá a ciência ido longe demais? A pergunta surge logo que compreendemos a natureza da mais recente grande descoberta da paleobiologia, a ciência que estuda os organismos do passado geológico da Terra: a descrição do ânus de um dinossauro. O dono do reto, inclusive, possivelmente estava defecando na hora da morte.

Essa é a primeira vez que cientistas encontram uma cloaca — o órgão era usado para defecar, urinar, botar ovos e copular entre esses animais — em tão boa situação, o que permite que biólogos descrevam as funções da anatomia dos dinossauros com mais detalhes.

O buraco é um verdadeiro canivete-suíço da anatomia e pertenceu a um Psittacosaurus, um dinossauro de cauda eriçada do tamanho aproximado de um labrador. A cloaca dele está tão bem preservada que foi possível observar também a presença de "glândulas odoríferas almiscaradas", provavelmente usadas para atrair parceiros para a cópula.

"A anatomia dessa cloaca é única", afirmou Jakob Vinther, paleobiólogo da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e principal autor do estudo, ao site LiveScience.

Segundo o pesquisador, o reto do animal é bem diferente do mesmo órgão dos pássaros, os parentes ainda existentes mais próximos dos dinossauros.

Oh meu Deus, a cloaca está realmente bem preservada

Jakob Vinther, paleobiólogo da Universidade de Bristol

"Parece um pouco com a abertura posterior de um crocodilo, mas é diferente. É sua própria cloaca, moldada de maneira única e perfeita", completou Vinther.

Na mesma entrevista, o pesquisador mostrou que cientista também festeja, e relembrou o momento em que percebeu que tinha algo inédito nesse fóssil: "Oh meu Deus, a cloaca está realmente bem preservada".

Deu pra entender?
Deu pra entender? Reprodução/Jakob Vinther

Com a descoberta, paleobiólogos esperam responder enigmas sobre o sistema reprodutor e excretor dos dinossauros, bem como possíveis semelhanças com espécies ainda vivas.

Sem oxigênio

Como é uma área cheia de bactérias e outros micro-organismos, a cloaca geralmente é uma das primeiras a se decompor. Mas esse Psittacosaurus morreu em um lago, em uma região vulcânica com pouco oxigênio, o que ajudou a preservar as regiões íntimas dele.

O ângulo da morte também ajudou: sua cloaca estava para fora da superfície terrestre e ficou tão preservada que cientistas encontraram o que pode ser um pedaço fossilizado de fezes.

Mesmo com a descoberta inédita, alguns mistérios permanecem: nenhum dos tecidos moles reprodutivos foi preservado, a exemplo de um pênis, então não é possível especular se o espécime era macho ou fêmea.

A observação da cloaca do Psittacosaurus começou em 2009. O animal pertence ao Museu Senckenberg de História Natural em Frankfurt, Alemanha, e Vinther viu os restos mortais dele quando foi ao local estudar outro fóssil.

"Olhei o fóssil e e percebi que os padrões de cores [da pele] foram preservados. Em 2016, descrevemos esses padrões de cores e então também notei a cloaca, que é o que descrevemos agora após um longo estudo", afirmou Vinther em entrevista em entrevista a revista VICE.

Mamíferos são exceção

Se a existência da cloaca — um orifício multiuso — parece assustadora (nojenta, até) para nós humanos, saiba que ela está presente em muitas espécies.

Pássaros, répteis, anfíbios e peixes estão entre os animais que possuem cloaca, o que permite a cientistas saberem como o orifício funciona em animais "modernos".

Agora, será possível comparar e obter insights de como os animais utilizam o orifício.

LEIA TAMBÉM: Jacaré 'igual dinossauro' passeia e assusta até moradores da Flórida

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário :

Postar um comentário

 

Parceiros

Blogger news

Copyright © . Principe Troll |