Cientistas australianos propuseram uma ideia inusitada para lidar com a superpopulação de carpas no país: infectá-las com herpes.
Talvez você esteja se perguntando do motivo para algo tão maluco, mas eles garantem que é por uma boa causa.
Segundo registros do departamento de vida selvagem do país, a carpa comum (Cyprinus carpio) está fora do controle e está comendo a vegetação ciliar de cursos d'água do país, causando erosão e destruição.
Carpas também são consideradas uma espécie invasora do país e devoram espécies nativas e estudiosos concluíram que chegou a hora de agir.
A primeira proposta para controlar carpas com o vírus da herpes foi formalizada em 2016. O plano ficou em estudo esse tempo e em janeiro passado os cientistas estatais pediram uma autorização formal para iniciar a contaminação em um reservatório de água doce do país.
Apesar do pedido ter sido feito após estudos, o método incomum não é unânime. Acadêmicos do país questionam se uma infecção viral vai diminuir a população de carpas no longo prazo.
"O biocontrole viral é altamente questionável e, como nosso estudo mostra, é improvável que reduza o número de carpas a longo prazo", afirmou o Dr. Jackie Lighten, da Universidade de Exeter, em entrevista ao site Science Daily.
O Dr. Lighten é líder de um estudo que afirma, com o uso de modelos computacionais realistas, que mesmo se cerca de 95% das carpas fossem contaminadas, o grupo resistente seria capaz de uma reprodução rápida para repor o número de indivíduos.
Mesmo se a infecção com o vírus fosse recorrente, os riscos e efeitos colaterais não valeriam a pena, concluiu a pesquisa, uma vez que mesmo humanos e outras espécies podem enfrentar problemas com o vírus.
"Se a atual pandemia global de covid-19 nos lembrou de alguma coisa, é que os vírus são difíceis de prever e gerenciar", completou o pesquisador.
Luta longa
Como aponta o site Mysterious Universe, o governo australiano luta contra as carpas há décadas, com um impacto que chega a R$ 2,720 bilhões (US$ 500 milhões). Quase sempre, sem qualquer sucesso.
Apesar dos estudos anteriores concluírem que o vírus era seguro para a grande maioria das espécies, grupos de cientistas contestaram as conclusões e disseram que o vírus era perigoso para outros animais.
Espera-se que o governo inicie a contaminação da espécie nos próximos meses.
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