O Mercantilismo foi um conjunto de práticas econômicas e ideias que foram colocadas em prática na Europa, entre os séculos XV e XVIII. Esse momento, entretanto, foi considerado por historiadores como um ponto de transição entre o feudalismo e o capitalismo.
Todavia, o termo foi criado por Adam Smith, em 1776. O Mercantilismo tinha como objetivo tornar o Estado mais forte e enriquecer a burguesia e, para isso, era necessário a ampliação da economia para dar mais lucro e fazer com que a população pagasse mais impostos.
O Mercantilismo não pode ser considerado como um sistema econômico, sendo que não consistiu em um modo de produção, como o feudalismo, por exemplo. Adotado pelas nações europeias durante o período das grandes navegações, o Mercantilismo foi experimentado no Brasil Colônia.
O que é Mercantilismo?
Conjunto de práticas econômicas e ideias adotadas durante o século XV até o século XVIII, o Mercantilismo foi um ponto de transição entre o modelo de produção feudal e o modelo de produção capitalista.
O surgimento do Mercantilismo está ligado ao fim do feudalismo e, também, à formação dos Estados Nacionais Modernos, que eram as nações surgidas durante o governo absolutista, que centralizavam o poder na figura do rei.
Nesse sentido, Inglaterra, França, Espanha e Portugal despontavam como nações que se apoiavam no poder da burguesia como forma de acabar com os privilégios de uma nobreza feudal.
Contudo, o apoio à burguesia permitiu investimentos no desenvolvimento comercial e manufatureiro, que funcionou como embrião do desenvolvimento das indústrias. Por outro lado, esse desenvolvimento proporcionado também apoiou-se na exploração colonial no continente americano.
Nesse contexto de intervenção estatal na economia, expansão do comércio de acordo com a exploração colonial e crescimento de manufaturas, consolidaram-se todas as práticas econômicas que receberam o nome de Mercantilismo.
Todavia, por serem práticas anteriores ao capitalismo, estudiosos acabaram por atribuir ao Mercantilismo o nome de capitalismo comercial.
Características do Mercantilismo
As principais características do Mercantilismo estão distribuídas de acordo com a maneira desenvolvida por cada nação à época. Contudo, podemos mencionar as seguintes:
Metalismo
Conhecido como bulionismo, esse princípio defendia a acumulação de metais preciosos para obter riquezas. Esse princípio do Mercantilismo foi bastante usado na Espanha, que explorou ao máximo suas colônias na América.
Colbertismo
O francês Jean-Baptiste Colbert foi o grande incentivador desta prática, que se caracterizou como o incentivo ao desenvolvimento manufatureiro para atrair moeda estrangeira. Essa característica defendia a prática de uma política para limitar gastos internos.
Balança comercial favorável
Todavia, esse princípio defendia que a soma das transações comerciais de um Estado deveria ser sempre positiva. Nesse sentido, o volume de mercadorias vendidas tinha que ser superior ao volume das compradas.
Outras características
O Mercantilismo também abordou outras características, como o incentivo ao desenvolvimento de manufaturas, o incentivo à construção de embarcações que facilitariam a expansão comercial e o protecionismo alfandegário.
Fases do Mercantilismo
Durante três séculos da história moderna, o Mercantilismo experimentou algumas fases destas práticas. Tudo começou no século XVI, sendo conhecido como a fase do Mercantilismo metalista, muito explorada pela Espanha.
Todavia, os espanhóis se desenvolveram e enriqueceram com a exploração do ouro e da prata, que eram extraídos de suas colônias no continente americano.
Entretanto, não desenvolveram a indústria e a agricultura e acabaram importando produtos com o lucro da exploração de metais, gerando um déficit em sua economia.
Já no século XVI, Portugal foi o país que mais desenvolveu a fase do Mercantilismo comercial. A descoberta do caminho para as Índias, e a prática de compra e revenda de mercadorias para o Oriente, colocou o país como um dos praticantes desta fase mercantilista.
Todavia, os portugueses também foram responsáveis pelo desenvolvimento do Mercantilismo de plantagem, que consistiu, basicamente, na produção de açúcar para o mercado internacional, em suas colônias de exploração americanas.
Posteriormente, no século XVII, a França foi a nação que mais desenvolveu o Mercantilismo industrial. Essa prática consistia no desenvolvimento de manufaturas de luxo, criadas para atender o mercado e a nobreza espanhola.
Os franceses também tentaram expandir companhias de comércio, bem como a construção naval. Todavia, essa prática também ficou conhecida como Colbertismo, já tratado no tópico anterior deste texto.
Mercantilismo no Brasil
A expansão europeia, conduzida por nações como Espanha e Portugal, trouxe a descoberta de novas terras na América do Sul, como o Brasil.
Nesse sentido, Portugal estabeleceu o pacto colonial em terras brasileiras. Essa prática consistia em a colônia fornecer para a metrópole metais preciosos e matéria-prima em troca de produtos manufaturados.
Como era o sujeito passivo nessas relações mercantilistas, o Brasil acabou ocupando uma posição desfavorável na balança comercial, pois acabava dando muito mais do que recebia em troca.
O Brasil, enquanto colônia de exploração, tinha apenas o papel de ser uma fonte de enriquecimento para a metrópole (Portugal) e não possuía plano algum para o desenvolvimento e uso de suas terras.
Então, o que achou da matéria? Se gostou, leia também: Pacto colonial, o que foi? Contexto histórico e sistema mercantilista.
Fontes: Brasil Escola, Toda Matéria, História do Mundo, André Bona, Suno
Imagens: Suno Research, Suporte Geográfico, Ensinar História, Suporte Geográfico, Todo Estudo, Cidade e Cultura
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